VIDA É MERDA
BOIANDO ONDE O CÃO MATA A SEDE
ESPERANDO
SER DESPREZADA DESCARGA ABAIXO
OU COLHIDA PARA EXAME
sábado, 5 de setembro de 2009
RUÍDO
SE É INCÔMODO O BARULHO
DESCUBRA O SOM INTERIOR
POR BAIXO DAS BATIDAS NO MARTELO
NO CENTRO DA CIDADE AGORA
A CIDADE AGORA
UM MENDIGO DORME
E AS PESSOAS PASSAM
AS PESSOAS PASSAM
DESCUBRA O SOM INTERIOR
POR BAIXO DAS BATIDAS NO MARTELO
NO CENTRO DA CIDADE AGORA
A CIDADE AGORA
UM MENDIGO DORME
E AS PESSOAS PASSAM
AS PESSOAS PASSAM
CORTINAS FECHADAS
PARA ALGUNS POR MAIS QUE PEÇA
O ESPETÁCULO NUNCA COMEÇA
PONHAM NO PRATO
MEU COURO DE RATO
O ESPETÁCULO NUNCA COMEÇA
PONHAM NO PRATO
MEU COURO DE RATO
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
domingo, 30 de agosto de 2009
Cinema
"Monocelular" (super-8 - 2009):
http://www.youtube.com/watch?v=UtWlAtVhfmM
"Trago a pessoa amada em três dias" (16mm-2008):
http://www.vimeo.com/6224783
"Cascadura" (16mm-2007):
http://www.vimeo.com/6086204
"Criptorquidias Carnavalescas" (digital-2006):
http://www.vimeo.com/6347141
http://www.youtube.com/watch?v=UtWlAtVhfmM
"Trago a pessoa amada em três dias" (16mm-2008):
http://www.vimeo.com/6224783
"Cascadura" (16mm-2007):
http://www.vimeo.com/6086204
"Criptorquidias Carnavalescas" (digital-2006):
http://www.vimeo.com/6347141
sábado, 29 de agosto de 2009
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Funk Progressivo - Super-homem e o Piano do Espírito Santo (música)
Clipe da música "Super-homem e o Piano do Espírito Santo", do grupo Funk Progressivo:
http://www.youtube.com/watch?v=VODbc8bmBuM
Ao vivo no Teatro Carlos Gomes:
http://www.youtube.com/watch?v=WUKv8eXsvHI&feature=related
Download da música "Super-homem e o piano do Espírito Santo" do grupo Funk Progressivo em formato mp3:
http://rapidshare.com/files/269586644/Super-homem_e_o_piano_do_Esp_rito_Santo.mp3.html
http://www.youtube.com/watch?v=VODbc8bmBuM
Ao vivo no Teatro Carlos Gomes:
http://www.youtube.com/watch?v=WUKv8eXsvHI&feature=related
Download da música "Super-homem e o piano do Espírito Santo" do grupo Funk Progressivo em formato mp3:
http://rapidshare.com/files/269586644/Super-homem_e_o_piano_do_Esp_rito_Santo.mp3.html
terça-feira, 18 de agosto de 2009
AUTOESCOLA
AUTOMAÇÃO
AUTOTRÓFICO
AUTOFÁGICO
AUTODIDATA
AUTOARTE
AUTORITÁRIO
AUTOMÓVEL
AUTOPISTA
AUTORAMA
AUTORRETRATO
AUTOTRÓFICO
AUTOFÁGICO
AUTODIDATA
AUTOARTE
AUTORITÁRIO
AUTOMÓVEL
AUTOPISTA
AUTORAMA
AUTORRETRATO
ENERGIZAR
EM METÁFORA
A VIDA É UMA PILHA
NEGATIVO ALI
POSITIVO AQUI
VICE VERSA
COMANDANTE COMANDA
E QUEM QUER VIRA BAIANO
VICE?
A VIDA É UMA PILHA
NEGATIVO ALI
POSITIVO AQUI
VICE VERSA
COMANDANTE COMANDA
E QUEM QUER VIRA BAIANO
VICE?
domingo, 9 de agosto de 2009
terça-feira, 4 de agosto de 2009
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
quinta-feira, 30 de julho de 2009
sexta-feira, 24 de julho de 2009
OLHO
VEJO AO LONGE NO CÉU DA PSCINA
O REFLEXO DE MINHA PRÓPRIA RETINA
É COMO SE EU ESTIVESSE DE MOLHO
DENTRO DO MEU PRÓPRIO OLHO
O REFLEXO DE MINHA PRÓPRIA RETINA
É COMO SE EU ESTIVESSE DE MOLHO
DENTRO DO MEU PRÓPRIO OLHO
IMAGENS DE UM CINEGRAFISTA AMADOR
MEU MAIOR INIMIGO: EU MESMO
E TENHO QUE ENFRENTÁ-LO DIARIAMENTE
CARA A CARA
JÁ SABENDO QUE NÃO POSSO VENCÊ-LO
E TENHO QUE ENFRENTÁ-LO DIARIAMENTE
CARA A CARA
JÁ SABENDO QUE NÃO POSSO VENCÊ-LO
quarta-feira, 22 de julho de 2009
terça-feira, 21 de julho de 2009
PRÓLOGO
A CADA DIA MAIS DISTANTE
SINTO-ME UM FRIO ANIMAL HOMEM
HÁ VIDA EM MIM
MAS NÃO ME VEJO COMO PESSOA
"MAS EU ALHEIO SEMPRE
SEMPRE ENTRANDO
O MAIS ÍNTIMO SER DA MINHA VIDA
VOU DENTRO EM MIM A SOMBRA PROCURANDO"
(Fernando Pessoa)
SINTO-ME UM FRIO ANIMAL HOMEM
HÁ VIDA EM MIM
MAS NÃO ME VEJO COMO PESSOA
"MAS EU ALHEIO SEMPRE
SEMPRE ENTRANDO
O MAIS ÍNTIMO SER DA MINHA VIDA
VOU DENTRO EM MIM A SOMBRA PROCURANDO"
(Fernando Pessoa)
"Pare de sofrer" (curta-metragem)
"Pare de sofrer": curta-metragem realizado em processo colaborativo entre atores e monitores da exposição "Rebobine por favor" de Michel Gondry, em cartaz no Centro Cultural do Banco do Brasil do Rio de Janeiro até agosto de 2009.
http://www.youtube.com/watch?v=zOelH_sjVFo
"Be kind, rewind"
http://www.youtube.com/watch?v=zOelH_sjVFo
"Be kind, rewind"
quarta-feira, 15 de julho de 2009
segunda-feira, 13 de julho de 2009
DEATH BREATH
I KNOW, I KNOW, I KNOW
SHE HAS THE DEATH BREATH
I KNOW THAT SHE HAS
SHE STAYS HUNGRY AND SMOKES CIGARRETES
AND THEN SHE BECOMES
THE SKULL EXU
THEN SHE BECOMES
THE FUCKING SKULL EXU
MY FRIEND TRIED TO CATCH
THAT LITTLE PUSSY
MY FRIEND TRIED TO CATCH
THAT TINNY SMELLY PUSSY
BUT SHE JUST SAID
THAT WOULDN'T FUCK ANYONE THAT NIGHT
SHE MOTHERFUCKING SAID
THAT WOULDN'T FUCK ANYONE THAT NIGHT
I KNOW, I KNOW, I KNOW
SHE HAS THE DEATH BREATH
I KNOW THAT SHE HAS
SHE STAYS HUNGRY AND SMOKES CIGARRETES
I BELIEVE IN PORTUGUESE
I BELIEVE IN POLTERGEIST
I BELIEVE IN PORTUGAL
I BELIEVE IN PAUL TERGÁ
THE BIER
THE BAR
THE BIER
THE BAR
THE WEED'S SMOKE
THE WEED'S SMOKE
THE HUMAN BEING
THE FUCKING HUMAN BEING
NO NAME ICE CREAM
DO YOU KNOW WHAT I MEAN?
NO NAME ICE CREAM
DO YOU KNOW WHAT THE FUCK I MEAN?
I KNOW, I KNOW, I KNOW
SHE HAS THE DEATH BREATH
I KNOW THAT SHE HAS
SHE STAYS HUNGRY AND SMOKES CIGARRETES
SHE HAS THE DEATH BREATH
I KNOW THAT SHE HAS
SHE STAYS HUNGRY AND SMOKES CIGARRETES
AND THEN SHE BECOMES
THE SKULL EXU
THEN SHE BECOMES
THE FUCKING SKULL EXU
MY FRIEND TRIED TO CATCH
THAT LITTLE PUSSY
MY FRIEND TRIED TO CATCH
THAT TINNY SMELLY PUSSY
BUT SHE JUST SAID
THAT WOULDN'T FUCK ANYONE THAT NIGHT
SHE MOTHERFUCKING SAID
THAT WOULDN'T FUCK ANYONE THAT NIGHT
I KNOW, I KNOW, I KNOW
SHE HAS THE DEATH BREATH
I KNOW THAT SHE HAS
SHE STAYS HUNGRY AND SMOKES CIGARRETES
I BELIEVE IN PORTUGUESE
I BELIEVE IN POLTERGEIST
I BELIEVE IN PORTUGAL
I BELIEVE IN PAUL TERGÁ
THE BIER
THE BAR
THE BIER
THE BAR
THE WEED'S SMOKE
THE WEED'S SMOKE
THE HUMAN BEING
THE FUCKING HUMAN BEING
NO NAME ICE CREAM
DO YOU KNOW WHAT I MEAN?
NO NAME ICE CREAM
DO YOU KNOW WHAT THE FUCK I MEAN?
I KNOW, I KNOW, I KNOW
SHE HAS THE DEATH BREATH
I KNOW THAT SHE HAS
SHE STAYS HUNGRY AND SMOKES CIGARRETES
CRÂNIO
OLHE DENTRO DOS MEUS OLHOS
VOCÊ ME CONHECE
SABE QUEM EU SOU
A VOZ REVERBERA DENTRO DO ESQUELETO
HÁ O ABISMO ATRÁS DOS OLHOS
SE LEVANTE E EU SENTO EM SEU LUGAR
TODOS NA MESA CONVERSAM COMIGO
VOCÊ FICA DE PÉ COM MINHA AMIGA
BEBO DA SUA CERVEJA
VOCÊS VIRAM DE COSTAS PARA MIM
ELA TE LEVA SEM SAIR DA ENCRUZILHADA
NEBULOSA PÚRPURA REVERBERANTE DE SEXO HOSPITALAR
ESPERA A PRÓXIMA LOTAÇÃO
GRITAM DE DENTRO DA KOMBI LOTADA
SÓ NO FIM DA NOITE QUE TUDO ACONTECERIA
MESMO VOCÊ JÁ TENDO SENTIDO A NEBULOSA
DEPOIS A VIU CINTILANTE E PÚRPURA
COM ESTRELAS QUE BRILHAVAM EM VOLTA DELA
ELA ERA PEQUENA E LEVE
TOTALMENTE MANIPULÁVEL
NOS OLHAMOS NOS OLHARES
RECONHECEU-ME NA HORA E CALOU-SE
SOU VOCÊ SEM PLUMAS
SEU CAROÇO INFÉRTIL
OLHAR SEM OLHOS
POR TRÁS DOS ÓCULOS ESCUROS QUE LEVANTEI
ABAIXO DA COBERTURA LISA
ACIMA DAS GUIAS
SOU O PORTÃO DE FERRO DA RUA QUE VOCÊ TRANCA
SUA INCONSEQÜÊNCIA
A VIDA MORRERÁ
TARDAM ABISMOS E INFINITOS
MAS MERGULHE SEMPRE ATRÁS DOS OLHOS
VOCÊ ME CONHECE
SABE QUEM EU SOU
A VOZ REVERBERA DENTRO DO ESQUELETO
HÁ O ABISMO ATRÁS DOS OLHOS
SE LEVANTE E EU SENTO EM SEU LUGAR
TODOS NA MESA CONVERSAM COMIGO
VOCÊ FICA DE PÉ COM MINHA AMIGA
BEBO DA SUA CERVEJA
VOCÊS VIRAM DE COSTAS PARA MIM
ELA TE LEVA SEM SAIR DA ENCRUZILHADA
NEBULOSA PÚRPURA REVERBERANTE DE SEXO HOSPITALAR
ESPERA A PRÓXIMA LOTAÇÃO
GRITAM DE DENTRO DA KOMBI LOTADA
SÓ NO FIM DA NOITE QUE TUDO ACONTECERIA
MESMO VOCÊ JÁ TENDO SENTIDO A NEBULOSA
DEPOIS A VIU CINTILANTE E PÚRPURA
COM ESTRELAS QUE BRILHAVAM EM VOLTA DELA
ELA ERA PEQUENA E LEVE
TOTALMENTE MANIPULÁVEL
NOS OLHAMOS NOS OLHARES
RECONHECEU-ME NA HORA E CALOU-SE
SOU VOCÊ SEM PLUMAS
SEU CAROÇO INFÉRTIL
OLHAR SEM OLHOS
POR TRÁS DOS ÓCULOS ESCUROS QUE LEVANTEI
ABAIXO DA COBERTURA LISA
ACIMA DAS GUIAS
SOU O PORTÃO DE FERRO DA RUA QUE VOCÊ TRANCA
SUA INCONSEQÜÊNCIA
A VIDA MORRERÁ
TARDAM ABISMOS E INFINITOS
MAS MERGULHE SEMPRE ATRÁS DOS OLHOS
MASTURBAÇÃO SENTIMENTAL
EXPELIR PELO PAU
0LÁGRIMAS QUE NÃO CHORO
APERTANDO A CABEÇA DA MORAL
JORRO LÁGRIMAS SEMIÓTICAS
QUE GOZO SOZINHO
domingo, 12 de julho de 2009
DESENHO ANIMADO
DESENHO ANIMADO
EU PENSO ASSIM
COMO UM DESENHO ANIMADO
EU PENSO ASSIM
SABER SOFRER
SABER CHORAR
COMO O DESPERTAR
DE UM RENASCER
EU SÓ QUERO ACORDAR
VER O SOL BRILHAR
E RELAXAR
DEPOIS IR PRO BAR
PRA BEBIDA
IR PRO BAR, IR PRO BAR
PRA TERMINAR ASSIM
COMO UM DESENHO ANIMADO
EU PENSO ASSIM
DESENHO ANIMADO
EU QUERO ASSIM
DESENHO ANIMADO
EU SOU ASSIM
DESENHO ANIMADO
EU SÓ QUERO ACORDAR
VER O SOL BRILHAR
E RELAXAR
PEGO MEU DELEITE
VOU SAINDO COM ESSA GENTE
QUE SÓ OLHA PARA FRENTE
E NÃO SABE SÓ CURTIR
COMO UM COPO DE LEITE
EU ME SINTO UM DEMENTE
QUE SÓ SENTE DOR-DE-DENTE
QUANDO PÁRA PRA CUSPIR
EU PENSO ASSIM
COMO UM DESENHO ANIMADO
EU PENSO ASSIM
SABER SOFRER
SABER CHORAR
COMO O DESPERTAR
DE UM RENASCER
EU SÓ QUERO ACORDAR
VER O SOL BRILHAR
E RELAXAR
DEPOIS IR PRO BAR
PRA BEBIDA
IR PRO BAR, IR PRO BAR
PRA TERMINAR ASSIM
COMO UM DESENHO ANIMADO
EU PENSO ASSIM
DESENHO ANIMADO
EU QUERO ASSIM
DESENHO ANIMADO
EU SOU ASSIM
DESENHO ANIMADO
EU SÓ QUERO ACORDAR
VER O SOL BRILHAR
E RELAXAR
PEGO MEU DELEITE
VOU SAINDO COM ESSA GENTE
QUE SÓ OLHA PARA FRENTE
E NÃO SABE SÓ CURTIR
COMO UM COPO DE LEITE
EU ME SINTO UM DEMENTE
QUE SÓ SENTE DOR-DE-DENTE
QUANDO PÁRA PRA CUSPIR
sexta-feira, 10 de julho de 2009
ARTE
SE TUDO FOSSE SÓ UMA PARTE
A VIDA ENTÃO SERIA A ARTE
E A ARTE SERIA A MINHA
A VIDA PODIA SER A ARTE
IRÍAMOS A QUALQUER PARTE
PARA ENFIM BRINCARMOS DE VIDA
A VIDA ENTÃO SERIA A ARTE
E A ARTE SERIA A MINHA
A VIDA PODIA SER A ARTE
IRÍAMOS A QUALQUER PARTE
PARA ENFIM BRINCARMOS DE VIDA
quarta-feira, 8 de julho de 2009
VOLUNTÁRIOS TRAFICANTES DE ARMAS
TODO POETA É SER HUMANO
TODO SER HUMANO É POETA?
SER POETA É SER HUMANO
SER HUMANO É SER POETA?
TODO PALHAÇO É SER HUMANO
TODO SER HUMANO É PALHAÇO?
SER PALHAÇO É SER HUMANO
SER HUMANO É SER PALHAÇO?
NEM TODO POETA É SENTIDO
NEM TODO POETA FAZ SENTIDO
NEM TODO PALHAÇO É NÚMERO
NEM TODO PALHAÇO FAZ NÚMERO
TODO SER HUMANO É POETA?
SER POETA É SER HUMANO
SER HUMANO É SER POETA?
TODO PALHAÇO É SER HUMANO
TODO SER HUMANO É PALHAÇO?
SER PALHAÇO É SER HUMANO
SER HUMANO É SER PALHAÇO?
NEM TODO POETA É SENTIDO
NEM TODO POETA FAZ SENTIDO
NEM TODO PALHAÇO É NÚMERO
NEM TODO PALHAÇO FAZ NÚMERO
segunda-feira, 6 de julho de 2009
domingo, 5 de julho de 2009
SCHREIBMACHINE
ICH SCHREIBE IMMER
ABER JETZ, ABER JETZ
WAS SOLL ICH SAGEN ODER SCHREIBEN?
EGAL...
ABER WAS?
EGAL...
ABER WAS?
SCHREIBMACHINE
SCHREIBMACHINE
ICH BIN, ICH BIN
EINE SCHREIBMACHINE
MACHST DU DIE ZEHNE PUTZ?
ALLES FIT IN SCHRIT?
SEHR VERRÜCKT...
VERRÜCKT FÜR DICH!
WAU! WAU!
LIEBE FRAU
AUFWIEDERSEHEN
AUFWIEDERSEHEN
ICH HABE GAR NICHTS MEHR
ZU SAGEN ODER SCHREIBEN
SCHREIBMACHINE
SCHREIBMACHINE
ICH BIN, ICH BIN
EINE SCHREIBMACHINE
ABER JETZ, ABER JETZ
WAS SOLL ICH SAGEN ODER SCHREIBEN?
EGAL...
ABER WAS?
EGAL...
ABER WAS?
SCHREIBMACHINE
SCHREIBMACHINE
ICH BIN, ICH BIN
EINE SCHREIBMACHINE
MACHST DU DIE ZEHNE PUTZ?
ALLES FIT IN SCHRIT?
SEHR VERRÜCKT...
VERRÜCKT FÜR DICH!
WAU! WAU!
LIEBE FRAU
AUFWIEDERSEHEN
AUFWIEDERSEHEN
ICH HABE GAR NICHTS MEHR
ZU SAGEN ODER SCHREIBEN
SCHREIBMACHINE
SCHREIBMACHINE
ICH BIN, ICH BIN
EINE SCHREIBMACHINE
FIGURAÇÃO
AMÉM?
A MIM!
FILHO DA PUTA?
NASCIDO NO BORDEL BRASIL!
UM TRAVESTI PARA PRESIDENTE?
PENDURA O QUE QUISER NO CORPO!
QUEM CORTA?
ACABOU CARNAVAL, CORTA!
A MIM!
FILHO DA PUTA?
NASCIDO NO BORDEL BRASIL!
UM TRAVESTI PARA PRESIDENTE?
PENDURA O QUE QUISER NO CORPO!
QUEM CORTA?
ACABOU CARNAVAL, CORTA!
OLHOS PASSISTAS
OLHOS INCONFUNDÍVEIS
PASSARAM DO OUTRO LADO DA RUA
AUTOMÓVEIS E OUTROS OLHOS
FICARAM ENTRE NOSSOS BRILHOS
MAS O BRILHO DAQUELES OLHOS INESQUECÍVEIS
RELUZIU EM MINHAS EMBRIAGADAS RETINAS
NO FINAL ERA O DE SEMPRE
A JAQUETA JEANS SUMINDO NO HORIZONTE
PASSARAM DO OUTRO LADO DA RUA
AUTOMÓVEIS E OUTROS OLHOS
FICARAM ENTRE NOSSOS BRILHOS
MAS O BRILHO DAQUELES OLHOS INESQUECÍVEIS
RELUZIU EM MINHAS EMBRIAGADAS RETINAS
NO FINAL ERA O DE SEMPRE
A JAQUETA JEANS SUMINDO NO HORIZONTE
Metrô 743 (videoclipe para o Baia fazer como ator)
Adaptação cinematográfica da canção homônima de Raul Seixas.
CENA 1. ESTAÇÃO DE TREM. EXT/DIA.
RAUL, barbudo e de óculos escuros, anda pela estação. O trem que chega tem uma placa grande na frente, com o número 743.
CENA 2. SAÍDA DA ESTAÇÃO. EXT/DIA.
RAUL desce a escada e anda pela rua. No sentido contrário vem um homem misterioso, andando apressado, olhando para os lados, apreensivo. Ele pára e acende um cigarro. RAUL chega para ele e pede um cigarro. Ele diz que dá, mas manda RAUL fumar do outro lado da calçada. RAUL estranha, mas aceita. O homem dá um cigarro para RAUL e pede desculpas, mas está visivelmente aflito e atormentado. RAUL acende o cigarro e eles ficam conversando. O homem fala que trabalha em cartório, mas é escritor. “Perdi minha pena nem sei qual foi o mês”. Os dois ficam um tempo fumando juntos, até que o homem volta à sua agonia. “Desculpe a minha pressa me fingindo atrasado, dois homens fumando junto pode ser muito arriscado, e os canibais de cabeça descobrem aqueles que pensam porque quem pensa, pensa melhor parado”. O homem segue andando apressado pela rua. RAUL agradece, se encosta num poste e fica fumando. Três capangas armados chegam e agarram RAUL, com violência. Um deles grita: “Mão na cabeça malandro, se não quiser levar chumbo quente nos cornos!”. RAUL tenta argumentar: “Claro, pois não, mas o que é que eu fiz? Se é documento, eu tenho aqui.”. Um dos outros capangas o interrompe: “Não interessa, pouco importa, fique aí! Eu quero saber o que você estava pensando”. O terceiro capanga, que parece uma espécie de chefe deles, finalmente fala: “Eu avalio o preço me baseando no nível mental que você anda por aí usando. Aí eu lhe digo o preço que sua cabeça agora está custando”. Eles levam RAUL, imobilizado.
CENA 3. FUNDOS DA COZINHA. INT/DIA.
RAUL está vendado. Os três capangas chegam e tiram sua venda. Ao seu lado, dois corpos sem cabeça. Dois capangas o seguram sobre uma mesa, enquanto o terceiro corta sua cabeça com um machado. A cabeça de RAUL cai no chão e vê seu corpo sem cabeça, até a imagem sumir (subjetiva). Os capangas pegam a cabeça de RAUL, e serram a caçapa de seu crânio. Tiram cautelosamente seu cérebro, com luvas cirúrgicas, e o colocam num saco plástico vedado. Depois jogam a cabeça de RAUL no lixo da cozinha, onde já têm duas cabeças.
CENA 4. MANSÃO. INT/DIA.
Alguns magnatas bebem whisky e fumam charuto, discutindo negócios e assistindo a corridas de cavalo pela televisão. O maitre chega à sala e toca uma sinetinha, indicando que o jantar está pronto. Eles se dirigem à mesa. Um garçom serve vinho tinto a eles. Ao lado de suas taças já há um copo d´água para cada um. Outro garçom serve-os com arroz à piamontese, quiche de queijo, suflê de legumes e batata sotê. O maitre adentra o recinto com uma bandeja coberta com uma tampa metálica. Ele coloca a bandeja sobre a mesa e retira a tampa. Aparecem três cérebros cozidos. Os magnatas aplaudem o maitre, que agradece e se retira. Os garçons cortam pedaços do cérebro e servem os magnatas. Eles colocam molho vinagrete no pedaço de cérebro e se deliciam com o raro prato de seu banquete. Eles comem os cérebros com desejo, são senhores muito alinhados. Finalmente, brindam com suas taças de vinho.
CENA 1. ESTAÇÃO DE TREM. EXT/DIA.
RAUL, barbudo e de óculos escuros, anda pela estação. O trem que chega tem uma placa grande na frente, com o número 743.
CENA 2. SAÍDA DA ESTAÇÃO. EXT/DIA.
RAUL desce a escada e anda pela rua. No sentido contrário vem um homem misterioso, andando apressado, olhando para os lados, apreensivo. Ele pára e acende um cigarro. RAUL chega para ele e pede um cigarro. Ele diz que dá, mas manda RAUL fumar do outro lado da calçada. RAUL estranha, mas aceita. O homem dá um cigarro para RAUL e pede desculpas, mas está visivelmente aflito e atormentado. RAUL acende o cigarro e eles ficam conversando. O homem fala que trabalha em cartório, mas é escritor. “Perdi minha pena nem sei qual foi o mês”. Os dois ficam um tempo fumando juntos, até que o homem volta à sua agonia. “Desculpe a minha pressa me fingindo atrasado, dois homens fumando junto pode ser muito arriscado, e os canibais de cabeça descobrem aqueles que pensam porque quem pensa, pensa melhor parado”. O homem segue andando apressado pela rua. RAUL agradece, se encosta num poste e fica fumando. Três capangas armados chegam e agarram RAUL, com violência. Um deles grita: “Mão na cabeça malandro, se não quiser levar chumbo quente nos cornos!”. RAUL tenta argumentar: “Claro, pois não, mas o que é que eu fiz? Se é documento, eu tenho aqui.”. Um dos outros capangas o interrompe: “Não interessa, pouco importa, fique aí! Eu quero saber o que você estava pensando”. O terceiro capanga, que parece uma espécie de chefe deles, finalmente fala: “Eu avalio o preço me baseando no nível mental que você anda por aí usando. Aí eu lhe digo o preço que sua cabeça agora está custando”. Eles levam RAUL, imobilizado.
CENA 3. FUNDOS DA COZINHA. INT/DIA.
RAUL está vendado. Os três capangas chegam e tiram sua venda. Ao seu lado, dois corpos sem cabeça. Dois capangas o seguram sobre uma mesa, enquanto o terceiro corta sua cabeça com um machado. A cabeça de RAUL cai no chão e vê seu corpo sem cabeça, até a imagem sumir (subjetiva). Os capangas pegam a cabeça de RAUL, e serram a caçapa de seu crânio. Tiram cautelosamente seu cérebro, com luvas cirúrgicas, e o colocam num saco plástico vedado. Depois jogam a cabeça de RAUL no lixo da cozinha, onde já têm duas cabeças.
CENA 4. MANSÃO. INT/DIA.
Alguns magnatas bebem whisky e fumam charuto, discutindo negócios e assistindo a corridas de cavalo pela televisão. O maitre chega à sala e toca uma sinetinha, indicando que o jantar está pronto. Eles se dirigem à mesa. Um garçom serve vinho tinto a eles. Ao lado de suas taças já há um copo d´água para cada um. Outro garçom serve-os com arroz à piamontese, quiche de queijo, suflê de legumes e batata sotê. O maitre adentra o recinto com uma bandeja coberta com uma tampa metálica. Ele coloca a bandeja sobre a mesa e retira a tampa. Aparecem três cérebros cozidos. Os magnatas aplaudem o maitre, que agradece e se retira. Os garçons cortam pedaços do cérebro e servem os magnatas. Eles colocam molho vinagrete no pedaço de cérebro e se deliciam com o raro prato de seu banquete. Eles comem os cérebros com desejo, são senhores muito alinhados. Finalmente, brindam com suas taças de vinho.
POEMA DE CLASSE
NO MEIO ARTÍSTICO TÊM MUITOS PEÕES
RODANDO EM VOLTA DE SI ATÉ O FIM
JÁ OUTROS SÃO ARTISTAS LITERALMENTE
OU PELO MENOS CONSEGUEM ESTAR PRÓXIMOS
DO QUE A PALAVRA PRETENDE SIGNIFICAR
SE EXPRESSAM APENAS PORQUE SENTEM
O ÍMPETO DA NECESSIDADE ABSOLUTA
DE DAQUELA FORMA SE EXPRESSAR
UM BRINDE AOS ARTISTAS!
AOS VERDADEIROS ARTISTAS
QUE SEJAM CATADOS POR ATENCIOSA MÃO
COMO DE QUEM ESCOLHE BEM FEIJÃO
RODANDO EM VOLTA DE SI ATÉ O FIM
JÁ OUTROS SÃO ARTISTAS LITERALMENTE
OU PELO MENOS CONSEGUEM ESTAR PRÓXIMOS
DO QUE A PALAVRA PRETENDE SIGNIFICAR
SE EXPRESSAM APENAS PORQUE SENTEM
O ÍMPETO DA NECESSIDADE ABSOLUTA
DE DAQUELA FORMA SE EXPRESSAR
UM BRINDE AOS ARTISTAS!
AOS VERDADEIROS ARTISTAS
QUE SEJAM CATADOS POR ATENCIOSA MÃO
COMO DE QUEM ESCOLHE BEM FEIJÃO
BANDEIRANTES E POÇÕES MÁGICAS DA FELICIDADE
O MESMO OUTRO DIA
COMO SEMPRE NÃO ENTENDO
ESTRANHA E INTRANSITIVAMENTE
SEI QUE NINGUÉM VAI ME EXPLICAR
BASTA ASSIMILAR COM O TEMPO
CADA MESMO OUTRO DIA
TODO DIA É O MESMO DIA
BANDEIRANTES CARREGAM CANTIS
POÇÕES MÁGICAS DA FELICIDADE
SEMPRE POR AÍ COM GARRAFAS
ASSIM É A VIDA DOS ANDARILHOS BANDEIRANTES
ANDANDO POR AÍ COM SUAS GARRAFAS
COMO SEMPRE NÃO ENTENDO
ESTRANHA E INTRANSITIVAMENTE
SEI QUE NINGUÉM VAI ME EXPLICAR
BASTA ASSIMILAR COM O TEMPO
CADA MESMO OUTRO DIA
TODO DIA É O MESMO DIA
BANDEIRANTES CARREGAM CANTIS
POÇÕES MÁGICAS DA FELICIDADE
SEMPRE POR AÍ COM GARRAFAS
ASSIM É A VIDA DOS ANDARILHOS BANDEIRANTES
ANDANDO POR AÍ COM SUAS GARRAFAS
TRANSCENDENDO A EXISTÊNCIA
ESTRADAS DE BARRO ULTRAPASSAM O INFINITO
O QUE SE DIZ SAGRADO DE FORA É MUITO MAIS BONITO
ÁRVORES EM SILHUETAS MUITAS VEZES HUMANAS
CABEÇAS COM IDÉIAS TANTAS VEZES INSANAS
O SOL SE PONTO À FRENTE EM AZUL-CINZA E MAGENTA
QUALQUER PORVIR DA NOITE SÓ DE MADRUGADA ESQUENTA
QUANDO TUDO ARRANJADO PROCURAMOS DIVERSÃO
E SÓ SABEREI AO MOMENTO QUAL SERÁ MINHA OPINIÃO
LOUCOS COMO SEMPRE TRANSCENDENDO A EXISTÊNCIA
DIMENSÕES DO TEMPO, DO ESPAÇO E DA INTELIGÊNCIA
SOB UMA SÓ PERSPECTIVA SURGEM CENÁRIOS DISTINTOS
MAFIOSOS, A IDADE MÉDIA E TIRANOSSAUROS FAMINTOS
CRIANÇAS DE BICICLETA E NÃO COM VALES DE CIRANDA
ENFUMAÇADO E ENCAFEZADO POR QUALQUER RUA DA HOLANDA
ESTRADA ESCURA PAVOROSA COMO UM FILME DE TERROR
VISÃO TURVA INCANDESCENTE DO CURTIR A VIDA COM FERVOR
LOUCOS COMO SEMPRE TRANSCENDENDO A EXISTÊNCIA
DIMENSÕES DO TEMPO, DO ESPAÇO E DA INTELIGÊNCIA
O QUE SE DIZ SAGRADO DE FORA É MUITO MAIS BONITO
ÁRVORES EM SILHUETAS MUITAS VEZES HUMANAS
CABEÇAS COM IDÉIAS TANTAS VEZES INSANAS
O SOL SE PONTO À FRENTE EM AZUL-CINZA E MAGENTA
QUALQUER PORVIR DA NOITE SÓ DE MADRUGADA ESQUENTA
QUANDO TUDO ARRANJADO PROCURAMOS DIVERSÃO
E SÓ SABEREI AO MOMENTO QUAL SERÁ MINHA OPINIÃO
LOUCOS COMO SEMPRE TRANSCENDENDO A EXISTÊNCIA
DIMENSÕES DO TEMPO, DO ESPAÇO E DA INTELIGÊNCIA
SOB UMA SÓ PERSPECTIVA SURGEM CENÁRIOS DISTINTOS
MAFIOSOS, A IDADE MÉDIA E TIRANOSSAUROS FAMINTOS
CRIANÇAS DE BICICLETA E NÃO COM VALES DE CIRANDA
ENFUMAÇADO E ENCAFEZADO POR QUALQUER RUA DA HOLANDA
ESTRADA ESCURA PAVOROSA COMO UM FILME DE TERROR
VISÃO TURVA INCANDESCENTE DO CURTIR A VIDA COM FERVOR
LOUCOS COMO SEMPRE TRANSCENDENDO A EXISTÊNCIA
DIMENSÕES DO TEMPO, DO ESPAÇO E DA INTELIGÊNCIA
EM BUSCA DO OURO
CORRIAM ATRÁS DE DINHEIRO
CONFESSO QUE NÃO VI
PASSOU O MUNDO INTEIRO
E EU CHEGUEI A TI
VAMOS PARA PORTO SEGURO
ADMIRAR A NATUREZA
ASSIM QUE FICAR ESCURO
SÓ ADMIRO TUA BELEZA
COM TODA A FANTASIA
DE UM BEIJO DE NOVELA
COM TODA A ENERGIA
DE UM BEIJO NA FAVELA
CONFESSO QUE NÃO VI
PASSOU O MUNDO INTEIRO
E EU CHEGUEI A TI
VAMOS PARA PORTO SEGURO
ADMIRAR A NATUREZA
ASSIM QUE FICAR ESCURO
SÓ ADMIRO TUA BELEZA
COM TODA A FANTASIA
DE UM BEIJO DE NOVELA
COM TODA A ENERGIA
DE UM BEIJO NA FAVELA
PARATIPSILONE
CÉU MUTANTE ROYAL ESPELHADO ESPELHANDO
UM NIGERIANO CANTANDO EM INGLÊS
RIMANDO O RAP DO SOL QUE NASCIA
ENQUANTO BEIJOS SOAVAM COMO CINEMA
TODO MUNDO ERA BONITO NAQUELE LUGAR-MOMENTO
FANTASIANDO CAIPIRINHAS DE MORANGO
ESCREVENDO UM FILME QUE VIROU FOTONOVELA
PESSOAS INTERROMPIAM SEUS JANTARES
LOUCOS GRITAVAM POESIA INTERPELANDO OS GARFOS
OUVIR A POESIA ALHEIA...
DESACOSTUMADOS, ANORMAIS, SUBLIMES...
"POETRY IN THE TREE, DANIEL!"
ARARAS COR-DE-ROSA ACOLHIDAS NO CHAPÉU
COCO VERDE, CHAPÉU-COCO, ÁGUA QUE ARDE
PAREDES BRANCAS
A HISTÓRIA
FOTOS PASSANDO
UM FILME É UMA SEQÜÊNCIA DE FOTOS
INEBRIADOS DE COQUEIRO
A PEQUENA ENVELHECIDA
INEBRIADOS DE POESIA
PALAVRAS ETÍLICAS, ENCONTROS COM O ACASO
DO ACASO, POR ACASO, PARA O ACASO
TRISTE OCASO AGORA
BONECOS FAZIAM CIRANDA EM PRAÇA PÚBLICA
E A REPÓRTER TREMIA DE TIMIDEZ E SUSTO
CONCORDO COMIGO...
A POESIA É MAIOR QUE O COMETA HALLEY
UM NIGERIANO CANTANDO EM INGLÊS
RIMANDO O RAP DO SOL QUE NASCIA
ENQUANTO BEIJOS SOAVAM COMO CINEMA
TODO MUNDO ERA BONITO NAQUELE LUGAR-MOMENTO
FANTASIANDO CAIPIRINHAS DE MORANGO
ESCREVENDO UM FILME QUE VIROU FOTONOVELA
PESSOAS INTERROMPIAM SEUS JANTARES
LOUCOS GRITAVAM POESIA INTERPELANDO OS GARFOS
OUVIR A POESIA ALHEIA...
DESACOSTUMADOS, ANORMAIS, SUBLIMES...
"POETRY IN THE TREE, DANIEL!"
ARARAS COR-DE-ROSA ACOLHIDAS NO CHAPÉU
COCO VERDE, CHAPÉU-COCO, ÁGUA QUE ARDE
PAREDES BRANCAS
A HISTÓRIA
FOTOS PASSANDO
UM FILME É UMA SEQÜÊNCIA DE FOTOS
INEBRIADOS DE COQUEIRO
A PEQUENA ENVELHECIDA
INEBRIADOS DE POESIA
PALAVRAS ETÍLICAS, ENCONTROS COM O ACASO
DO ACASO, POR ACASO, PARA O ACASO
TRISTE OCASO AGORA
BONECOS FAZIAM CIRANDA EM PRAÇA PÚBLICA
E A REPÓRTER TREMIA DE TIMIDEZ E SUSTO
CONCORDO COMIGO...
A POESIA É MAIOR QUE O COMETA HALLEY
WOODY ALLEN EM MANHATTAN
O ÔNIBUS DE TURISMO ENTROU NA MINHA RUA
LÁ DENTRO NOS DAVAM CERVEJA
TANTO QUE EU MORGAVA NA JANELA
UMA JANELA DO CORREDOR DIREITO
VENDO A VIDA PASSAR, SEMPRE ASSIM
ATÉ QUE VOCÊ SE DESTACOU
ROUBOU A CENA QUANDO SE LEVANTOU
DO NADA MEU AMOR SALTOU
E EU, BEBENDO, FIQUEI
BARES QUE RODEIAM AS UNIVERSIDADES...
O ÔNIBUS SEGUIU VIAGEM
E ME BATEU UM FORTE ARREPENDIMENTO
TÃO FORTE QUE ME FEZ SALTAR
NA ESPERANÇA DE TE ENCONTRAR
PRA DIZER QUE TE AMO
CORRI PELA RUA PERPENDICULAR À MINHA
ME SENTINDO WOODY ALLEN EM MANHATTAN
NÃO TE ENCONTREI, ME DESESPEREI
ATÉ QUE TE VI, AO LONGE, DE PÉ, NA CALÇADA
VIRADA PARA MIM, CONTRA O TRÁFEGO
GRITEI TEU NOME E VOCÊ SAIU CORRENDO
E EU CORRI ATRÁS DE VOCÊ, LOUCAMENTE
PRA DIZER QUE TE AMO
TODOS DIZEM "EU TE AMO"...
ENFIM TE ALCANCEI E VOCÊ ME SURPREENDEU
PEDIU UM BEIJO DE CERVEJA
FOI TUDO TÃO BOM, BOM...
CORRÓI POR DENTRO PENSAR QUE ACABOU
TANTA CERVEJA ME FAZ LEMBRAR
QUE SOU APENAS MAIS UM TÍPICO FARTO
SUBPRODUTO DE BAR
MAS TODA NOITE, ANTES DE DORMIR
AINDA PENSO EM VOCÊ
QUERENDO SONHAR CONTIGO OUTRA VEZ
PENSO QUE PODERIA FICAR AO TEU LADO PARA SEMPRE
TALVEZ...
TEUS OLHOS SÃO LINDOS
CHEIOS DE COLÉGIO INTERNO
LÁ DENTRO NOS DAVAM CERVEJA
TANTO QUE EU MORGAVA NA JANELA
UMA JANELA DO CORREDOR DIREITO
VENDO A VIDA PASSAR, SEMPRE ASSIM
ATÉ QUE VOCÊ SE DESTACOU
ROUBOU A CENA QUANDO SE LEVANTOU
DO NADA MEU AMOR SALTOU
E EU, BEBENDO, FIQUEI
BARES QUE RODEIAM AS UNIVERSIDADES...
O ÔNIBUS SEGUIU VIAGEM
E ME BATEU UM FORTE ARREPENDIMENTO
TÃO FORTE QUE ME FEZ SALTAR
NA ESPERANÇA DE TE ENCONTRAR
PRA DIZER QUE TE AMO
CORRI PELA RUA PERPENDICULAR À MINHA
ME SENTINDO WOODY ALLEN EM MANHATTAN
NÃO TE ENCONTREI, ME DESESPEREI
ATÉ QUE TE VI, AO LONGE, DE PÉ, NA CALÇADA
VIRADA PARA MIM, CONTRA O TRÁFEGO
GRITEI TEU NOME E VOCÊ SAIU CORRENDO
E EU CORRI ATRÁS DE VOCÊ, LOUCAMENTE
PRA DIZER QUE TE AMO
TODOS DIZEM "EU TE AMO"...
ENFIM TE ALCANCEI E VOCÊ ME SURPREENDEU
PEDIU UM BEIJO DE CERVEJA
FOI TUDO TÃO BOM, BOM...
CORRÓI POR DENTRO PENSAR QUE ACABOU
TANTA CERVEJA ME FAZ LEMBRAR
QUE SOU APENAS MAIS UM TÍPICO FARTO
SUBPRODUTO DE BAR
MAS TODA NOITE, ANTES DE DORMIR
AINDA PENSO EM VOCÊ
QUERENDO SONHAR CONTIGO OUTRA VEZ
PENSO QUE PODERIA FICAR AO TEU LADO PARA SEMPRE
TALVEZ...
TEUS OLHOS SÃO LINDOS
CHEIOS DE COLÉGIO INTERNO
MOTEL DOS BROCHAS (embrião de diálogo para curta-metragem sarcástico)
Festa. ANÍBAL e JOANA são os anfitriões. Todos estão muito bem vestidos. Toca a campainha, JOANA vai atender. Um casal de convidados chega à festa, VINÍCIUS e QUITÉRIA. Já adentram o recinto falando efusivamente com o casal anfitrião, demonstrando uma forte intimidade entre os quatro.
ANÍBAL
Não acredito!
JOANA
Nem eu acreditei, pensei que vocês não viessem mais.
VINÍCIUS
Nada, foi só um atrasinho. De quanto, Aníbal? Uma garrafa?
QUITÉRIA
Ih... Já vi que amanhã é só ressaca...
ANÍBAL
O Vinícius é forte no whisky. Nós aqui estamos na primeira garrafa ainda, mas agora que você chegou já vi que vou ter que botar mais gelo pra fazer. Cadê teu copo?
VINÍCIUS
Garçom!
ANÍBAL
Desce dois!
JOANA
Vem aqui, Quitéria! Vamos tricotar.
QUITÉRIA
Joana, você não sabe quem casou...
Em momento algum a câmera mostra alguém falando diretamente o texto. Na edição, misturar os diálogos, a trilha sonora e as imagens de forma não-linear, caótica, inconstante, altamente livre. No fundo, murmúrios dos outros convidados. Enquanto os diálogos são ditos, a câmera passeia pelos smokings, pelos vestidos longos e pelos copos de whisky e de hi-fi. Só não haverá a beleza das cores do suco de laranja com vodka porque o filme é todo em preto-e-branco.
ANÍBAL
É, realmente essa questão do agrobu$$ine$$ é complicada. Eu sempre vivi da pecuária, herdei tudo de papai. Mas sofro um bocado com meu gado. A coisa mais chata do mundo é essa gente aí defendendo animal. É pior que o povo dos direitos humanos.
JOANA
Tenho tanta pena dos bichinhos. Vivem pra morrer.
VINÍCIUS
E morrem pra viver.
JOANA
Filosófico.
QUITÉRIA
Outro dia eu estava falando com zelador...
JOANA
Que coincidência, menina! Eu também.
ANÍBAL
Gado a gente controla, isso que é bom. Vem todo mundo reclamar, mas na hora da picanha, do churrasquinho ali, todo mundo quer aquela carne salgadinha sangrando.
VINÍCIUS
Eu também.
QUITÉRIA
Adoro coração.
ANÍBAL
Cada um é uma galinha.
VINÍCIUS
As pessoas dizem isso, mas é como se matasse cada uma só pra tirar o coração. A gente tira tudo, tanto faz. Coxa, asa, peito, pele, sangue... É que o coração é símbolo de vida. O peso da frase é o peso da morte, são nossos próprios corações espetados ali. E coração de galinha é gorduroso, causa infarto.
ANÍBAL
Papo de churrasco...
JOANA
Ai, já encheu.
VINÍCIUS
Churrasco é bom, sucesso garantido. O povo adora.
JOANA
O povo quer é festa! Mesmo se não tiver motivo, o povo vai lá e inventa um: Futebol, Fórmula 1, Programa de Auditório...
ANÍBAL
Se junta gente pra qualquer protesto, já tem alguém ali com um isopor, vendendo cerveja. Não demora muito, vem outro e liga o som do carro alto, com o porta-mala aberto. Aí já carnavalizou tudo, não tem mais jeito. O protesto já foi esquecido e virou bebedeira, fanfarronice, a tal da “pegação”. Enfim, já virou festa. Já virou Brasil.
QUITÉRIA
Lembram da cara pintada de guache? Sempre a mesma cara lavada de sempre. Cara cheia de cachaça, todo mundo bêbado. Cara-de-pau, cara barata, cara de cavalo, cara de areia mijada. Já disse o sábio Nelson: “tem gente que não sabe apreciar um Chica Bom e ainda tem a pretensão de querer apreciar a vida”.
JOANA
É o cio do povo. O povo que baba, o povo que cospe, o povo manso, tão manso quanto o gado que devora semanalmente com sal grosso. Povo estancado, que tranca as próprias ruas. Povo sangue coagulado, sem pernas, sambando nas muletas um Carnaval hipócrita cotidiano. O povo é aleijão.
ANÍBAL
Povo? Que povo? Não tem povo nenhum! Ninguém tá nem aí pra nada. Aqui é a lei da selva. Se o cara puder te prejudicar ele não hesita, te deixa na lama. Ordem e progresso? Nunca entendi isso, sinceramente. Há uma frase escrita na bandeira de um país analfabeto. Quem vai ler? Progresso de que ordem? Que ordem? Progresso pra onde? Caos e regresso, isso sim! Democracia? Voto? Edição de vídeo elege até presidente aqui nesse buraco. Eu sempre duvido de todos os resultados vomitados. O povo não vota. O povo é pão com ovo.
QUITÉRIA
Bebe cerveja vendo o jogo de futebol depois do telejornal e da novela, depois vai dormir, achando que felicidade é o pagode no sábado e o enterro dos ossos no domingo. O povo é barbárie.
VINÍCIUS
Não tem mais jeito, é baixar a porta de ferro e decretar moratória. Refazer a constituição da mandioca. Povo é rés, coisa. Rés pública. Povo é coisa pública. O povo é margarina.
JOANA
E ainda vêm sempre alguém pra falar de identidade nacional...
VINÍCIUS
Identidade nacional? Nação? Que nação? O gringo vem pra cá e faz o que quer. Bebe, fuma, cheira, fode... Vem pra cá e acha que é festa, que pode tudo, que é só bagunça. O país é um imenso puteiro pra eles. E nós ficamos de voyer, coniventes com a situação. Aqui é o “Motel dos Brochas”. Eles tomam viagra e nós ficamos vendo a foda de perto, impotentes, calados. Totalmente coniventes. Imersos em nossa brochura ridícula. Nação o que? Nação Carnaval? Nação anestesia? A culpa agora é minha? É minha?
ANÍBAL
“Martelo é fácil de usar: se acharem três pregos vão é me crucificar”. Já disse o poeta, Cristo Titã. “Cristo não é fumaça, Cristo não é biscoito, Cristo chá não é sopa, Cristo deu luz aos cegos. Cristo não tire a roupa!”.
JOANA
Ih, tá bêbado já...
QUITÉRIA
Taí, gostei: “Cristo não tira a roupa”.
VINÍCIUS
Isto é uma obra de ficção, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
JOANA
Cortina de fumaça.
VINÍCIUS
Humor é dissipá-la. “Amor - humor”.
QUITÉRIA
Cuidado que ele é canibal.
ANÍBAL
“Fomos para Amsterdã, vôo das sete da manhã. De ônibus ou trem, ninguém passa sem... Cristo não é fumaça!”.
VINÍCIUS
Segundo o cinema: “um gênio ou uma besta?”. Segundo o teatro: “um artista deve ser considerado gênio por uns e imbecil por outros, mas se for considerado imbecil por todos, melhor”. Segundo a música: “martelo é fácil de usar: se acharem três pregos, vão é me crucificar”.
QUITÉRIA
“Cristo não tira a roupa”. Será que ele foi crucificado nu? Dizem que os delinqüentes eram crucificados nus.
JOANA
Os delinqüentes... Corpos se amontoando nas valas comuns. Cristãos indigentes. No bolso o santinho, sem carteira de identidade. Cristãos ladrões, cristãos assassinos, cristãos estupradores, cristãos sem caráter. Traficantes com 16 anos de idade fazem o sinal da cruz e beijam um imenso crucifixo de ouro pendurado no pescoço antes de trocar tiros com a polícia. No bolso um santinho, mas ele não é portador de uma carteira de identidade. Porta drogas e cédulas. Moeda não!
QUITÉRIA
O pensamento é medieval. São feras soltas nas ruas, devorando-se. Basta um pé fora das grades para que eles queiram devorar nossa carne, beber nosso sangue, dirigir nosso carro e foder nosso cadáver. A barbárie faz a morte rondar nossos dias com uma proximidade absurda.
JOANA
As cidades estão entregues. Excrementos pelas ruas, psicopatas pelas calçadas. Eles vão acabar se matando uns aos outros, e eu quero estar bem longe quando isso acontecer.
VINÍCIUS
Eu não tenho mais pena. Nem tenho mais tinta. Penso que a letargia mental do povo é inaceitável. Temos que parar de passar a mão na cabeça de coitadinhos inventados, pois isso fomenta o pensamento pequeno, o pensamento “Zé Povinho”. “Absurdos me fariam feliz. Seco, reto, isento, amoral”.
ANÍBAL
Todo brasileiro se acha artista. Mas estava certo o maestro: a única saída para o artista no Brasil é o aeroporto. E vagabundo é tão estúpido que não entendeu o tom da ironia e batizou com o nome dele um aeroporto internacional.
QUITÉRIA
Artista no Brasil é considerado vagabundo.
VINÍCIUS
A não ser que esteja com a carinha na televisão.
JOANA
O povo quer ver na televisão tudo o que não o representa pra se alienar da realidade miserável em que vive. Já repararam que na novela todo mundo é rico?
ANÍBAL
O bom de ser fazendeiro é que gado é fácil de domar. É só botar aquela massa de carne pra andar de um lado pro outro.
QUITÉRIA
Pior quando vem aquele pessoal defendendo bandido. Direitos humanos, vê se pode... É o cúmulo isso, achar que alguém que te rouba tá com a razão só porque vive na miséria. O próximo papo qual é? Pregar o assassinato de quem não é pobre?
JOANA
Mas não é só a classe miserável. Os ricos também matam, espancam, estupram. Os filhos da excelência capital, sem rumo, vagam pela inadimplência nacional misturando álcool, drogas, anabolizantes e violência gratuita. Seus ídolos são os bandidos. Eles falam que nem os bandidos. E ainda ficam soltos, porque têm papai e mamãe influente.
Improvisos, descontração etc. Afinal, é uma festa.
ANÍBAL
Não acredito!
JOANA
Nem eu acreditei, pensei que vocês não viessem mais.
VINÍCIUS
Nada, foi só um atrasinho. De quanto, Aníbal? Uma garrafa?
QUITÉRIA
Ih... Já vi que amanhã é só ressaca...
ANÍBAL
O Vinícius é forte no whisky. Nós aqui estamos na primeira garrafa ainda, mas agora que você chegou já vi que vou ter que botar mais gelo pra fazer. Cadê teu copo?
VINÍCIUS
Garçom!
ANÍBAL
Desce dois!
JOANA
Vem aqui, Quitéria! Vamos tricotar.
QUITÉRIA
Joana, você não sabe quem casou...
Em momento algum a câmera mostra alguém falando diretamente o texto. Na edição, misturar os diálogos, a trilha sonora e as imagens de forma não-linear, caótica, inconstante, altamente livre. No fundo, murmúrios dos outros convidados. Enquanto os diálogos são ditos, a câmera passeia pelos smokings, pelos vestidos longos e pelos copos de whisky e de hi-fi. Só não haverá a beleza das cores do suco de laranja com vodka porque o filme é todo em preto-e-branco.
ANÍBAL
É, realmente essa questão do agrobu$$ine$$ é complicada. Eu sempre vivi da pecuária, herdei tudo de papai. Mas sofro um bocado com meu gado. A coisa mais chata do mundo é essa gente aí defendendo animal. É pior que o povo dos direitos humanos.
JOANA
Tenho tanta pena dos bichinhos. Vivem pra morrer.
VINÍCIUS
E morrem pra viver.
JOANA
Filosófico.
QUITÉRIA
Outro dia eu estava falando com zelador...
JOANA
Que coincidência, menina! Eu também.
ANÍBAL
Gado a gente controla, isso que é bom. Vem todo mundo reclamar, mas na hora da picanha, do churrasquinho ali, todo mundo quer aquela carne salgadinha sangrando.
VINÍCIUS
Eu também.
QUITÉRIA
Adoro coração.
ANÍBAL
Cada um é uma galinha.
VINÍCIUS
As pessoas dizem isso, mas é como se matasse cada uma só pra tirar o coração. A gente tira tudo, tanto faz. Coxa, asa, peito, pele, sangue... É que o coração é símbolo de vida. O peso da frase é o peso da morte, são nossos próprios corações espetados ali. E coração de galinha é gorduroso, causa infarto.
ANÍBAL
Papo de churrasco...
JOANA
Ai, já encheu.
VINÍCIUS
Churrasco é bom, sucesso garantido. O povo adora.
JOANA
O povo quer é festa! Mesmo se não tiver motivo, o povo vai lá e inventa um: Futebol, Fórmula 1, Programa de Auditório...
ANÍBAL
Se junta gente pra qualquer protesto, já tem alguém ali com um isopor, vendendo cerveja. Não demora muito, vem outro e liga o som do carro alto, com o porta-mala aberto. Aí já carnavalizou tudo, não tem mais jeito. O protesto já foi esquecido e virou bebedeira, fanfarronice, a tal da “pegação”. Enfim, já virou festa. Já virou Brasil.
QUITÉRIA
Lembram da cara pintada de guache? Sempre a mesma cara lavada de sempre. Cara cheia de cachaça, todo mundo bêbado. Cara-de-pau, cara barata, cara de cavalo, cara de areia mijada. Já disse o sábio Nelson: “tem gente que não sabe apreciar um Chica Bom e ainda tem a pretensão de querer apreciar a vida”.
JOANA
É o cio do povo. O povo que baba, o povo que cospe, o povo manso, tão manso quanto o gado que devora semanalmente com sal grosso. Povo estancado, que tranca as próprias ruas. Povo sangue coagulado, sem pernas, sambando nas muletas um Carnaval hipócrita cotidiano. O povo é aleijão.
ANÍBAL
Povo? Que povo? Não tem povo nenhum! Ninguém tá nem aí pra nada. Aqui é a lei da selva. Se o cara puder te prejudicar ele não hesita, te deixa na lama. Ordem e progresso? Nunca entendi isso, sinceramente. Há uma frase escrita na bandeira de um país analfabeto. Quem vai ler? Progresso de que ordem? Que ordem? Progresso pra onde? Caos e regresso, isso sim! Democracia? Voto? Edição de vídeo elege até presidente aqui nesse buraco. Eu sempre duvido de todos os resultados vomitados. O povo não vota. O povo é pão com ovo.
QUITÉRIA
Bebe cerveja vendo o jogo de futebol depois do telejornal e da novela, depois vai dormir, achando que felicidade é o pagode no sábado e o enterro dos ossos no domingo. O povo é barbárie.
VINÍCIUS
Não tem mais jeito, é baixar a porta de ferro e decretar moratória. Refazer a constituição da mandioca. Povo é rés, coisa. Rés pública. Povo é coisa pública. O povo é margarina.
JOANA
E ainda vêm sempre alguém pra falar de identidade nacional...
VINÍCIUS
Identidade nacional? Nação? Que nação? O gringo vem pra cá e faz o que quer. Bebe, fuma, cheira, fode... Vem pra cá e acha que é festa, que pode tudo, que é só bagunça. O país é um imenso puteiro pra eles. E nós ficamos de voyer, coniventes com a situação. Aqui é o “Motel dos Brochas”. Eles tomam viagra e nós ficamos vendo a foda de perto, impotentes, calados. Totalmente coniventes. Imersos em nossa brochura ridícula. Nação o que? Nação Carnaval? Nação anestesia? A culpa agora é minha? É minha?
ANÍBAL
“Martelo é fácil de usar: se acharem três pregos vão é me crucificar”. Já disse o poeta, Cristo Titã. “Cristo não é fumaça, Cristo não é biscoito, Cristo chá não é sopa, Cristo deu luz aos cegos. Cristo não tire a roupa!”.
JOANA
Ih, tá bêbado já...
QUITÉRIA
Taí, gostei: “Cristo não tira a roupa”.
VINÍCIUS
Isto é uma obra de ficção, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
JOANA
Cortina de fumaça.
VINÍCIUS
Humor é dissipá-la. “Amor - humor”.
QUITÉRIA
Cuidado que ele é canibal.
ANÍBAL
“Fomos para Amsterdã, vôo das sete da manhã. De ônibus ou trem, ninguém passa sem... Cristo não é fumaça!”.
VINÍCIUS
Segundo o cinema: “um gênio ou uma besta?”. Segundo o teatro: “um artista deve ser considerado gênio por uns e imbecil por outros, mas se for considerado imbecil por todos, melhor”. Segundo a música: “martelo é fácil de usar: se acharem três pregos, vão é me crucificar”.
QUITÉRIA
“Cristo não tira a roupa”. Será que ele foi crucificado nu? Dizem que os delinqüentes eram crucificados nus.
JOANA
Os delinqüentes... Corpos se amontoando nas valas comuns. Cristãos indigentes. No bolso o santinho, sem carteira de identidade. Cristãos ladrões, cristãos assassinos, cristãos estupradores, cristãos sem caráter. Traficantes com 16 anos de idade fazem o sinal da cruz e beijam um imenso crucifixo de ouro pendurado no pescoço antes de trocar tiros com a polícia. No bolso um santinho, mas ele não é portador de uma carteira de identidade. Porta drogas e cédulas. Moeda não!
QUITÉRIA
O pensamento é medieval. São feras soltas nas ruas, devorando-se. Basta um pé fora das grades para que eles queiram devorar nossa carne, beber nosso sangue, dirigir nosso carro e foder nosso cadáver. A barbárie faz a morte rondar nossos dias com uma proximidade absurda.
JOANA
As cidades estão entregues. Excrementos pelas ruas, psicopatas pelas calçadas. Eles vão acabar se matando uns aos outros, e eu quero estar bem longe quando isso acontecer.
VINÍCIUS
Eu não tenho mais pena. Nem tenho mais tinta. Penso que a letargia mental do povo é inaceitável. Temos que parar de passar a mão na cabeça de coitadinhos inventados, pois isso fomenta o pensamento pequeno, o pensamento “Zé Povinho”. “Absurdos me fariam feliz. Seco, reto, isento, amoral”.
ANÍBAL
Todo brasileiro se acha artista. Mas estava certo o maestro: a única saída para o artista no Brasil é o aeroporto. E vagabundo é tão estúpido que não entendeu o tom da ironia e batizou com o nome dele um aeroporto internacional.
QUITÉRIA
Artista no Brasil é considerado vagabundo.
VINÍCIUS
A não ser que esteja com a carinha na televisão.
JOANA
O povo quer ver na televisão tudo o que não o representa pra se alienar da realidade miserável em que vive. Já repararam que na novela todo mundo é rico?
ANÍBAL
O bom de ser fazendeiro é que gado é fácil de domar. É só botar aquela massa de carne pra andar de um lado pro outro.
QUITÉRIA
Pior quando vem aquele pessoal defendendo bandido. Direitos humanos, vê se pode... É o cúmulo isso, achar que alguém que te rouba tá com a razão só porque vive na miséria. O próximo papo qual é? Pregar o assassinato de quem não é pobre?
JOANA
Mas não é só a classe miserável. Os ricos também matam, espancam, estupram. Os filhos da excelência capital, sem rumo, vagam pela inadimplência nacional misturando álcool, drogas, anabolizantes e violência gratuita. Seus ídolos são os bandidos. Eles falam que nem os bandidos. E ainda ficam soltos, porque têm papai e mamãe influente.
Improvisos, descontração etc. Afinal, é uma festa.
sábado, 4 de julho de 2009
SUPER-HOMEM E O PIANO DO ESPÍRITO SANTO
SIGO SUPERANDO
SOME O SUPER-HOMEM
SAI SEU SAPATO
SAI SEM SORRISO
SIGO SUPER-HOMEM
SOME O SUPERANDO
SOBRE O SUPER-OITO
SANTO SACRIFÍCIO
LÓGICA ALEATÓRIA
DO PENSAMENTO HUMANO
SEMPRE TEM ALGUÉM
PRA CARREGAR O PIANO
O PIANO É UM INSTRUMENTO
DIFÍCIL DE CARREGAR
MAS SEMPRE TEM ALGUÉM
PRA CARREGAR O PIANO
VITÓRIA SERÁ SEMPRE VITÓRIA
INDEPENDENTE DO RESULTADO
POR MAIS QUE VENHAM MIL BABACAS
DIZER QUE O JOGO ESTÁ EMPATADO
POR MAIS QUE VENHAM MIL IDIOTAS
DIZER QUE O JOGO ESTÁ EMPATADO
PORQUE O ESPÍRITO É SANTO
E VITÓRIA SERÁ SEMPRE VITÓRIA
SOME O SUPER-HOMEM
SAI SEU SAPATO
SAI SEM SORRISO
SIGO SUPER-HOMEM
SOME O SUPERANDO
SOBRE O SUPER-OITO
SANTO SACRIFÍCIO
LÓGICA ALEATÓRIA
DO PENSAMENTO HUMANO
SEMPRE TEM ALGUÉM
PRA CARREGAR O PIANO
O PIANO É UM INSTRUMENTO
DIFÍCIL DE CARREGAR
MAS SEMPRE TEM ALGUÉM
PRA CARREGAR O PIANO
VITÓRIA SERÁ SEMPRE VITÓRIA
INDEPENDENTE DO RESULTADO
POR MAIS QUE VENHAM MIL BABACAS
DIZER QUE O JOGO ESTÁ EMPATADO
POR MAIS QUE VENHAM MIL IDIOTAS
DIZER QUE O JOGO ESTÁ EMPATADO
PORQUE O ESPÍRITO É SANTO
E VITÓRIA SERÁ SEMPRE VITÓRIA
PEQUENA
NAQUELE PEQUENO CORPO
TÃO DISTANTE E DESOLADO
DEPOSITAM-SE OS PENSAMENTOS
DE UM HOMEM MAL-AMADO
NEM AO MENOS SABIA SEU NOME
APENAS SENTEI-ME AO SEU LADO
TÃO DISTANTE E DESOLADO
DEPOSITAM-SE OS PENSAMENTOS
DE UM HOMEM MAL-AMADO
NEM AO MENOS SABIA SEU NOME
APENAS SENTEI-ME AO SEU LADO
VONTADE E MEDO
NÃO SEI POR QUÊ VIVES FUGINDO
SEI MAS NÃO POSSO ACEITAR
POIS ASSIM ESTARIA ASSUMINDO
A POSIÇÃO DE ME LUDIBRIAR
EU TE IMAGINO DORMINDO
ESTANDO EM MEU PEITO CAÍDA
GOSTO DE TE VER SORRINDO
E DO JEITO QUE LEVAS A VIDA
POR UMA BRECHA EM TEU CORAÇÃO
MOSTRARIA TUDO O QUE SINTO
ANTES QUE DISSESTES NÃO
MESMO SE ACHAS QUE MINTO
EU NÃO DISTINGÜO O NÃO DO SIM
TENHO APENAS VONTADE E MEDO
SEM COMEÇO, SEM MEIO, SEM FIM
DE ALGUÉM QUE TE QUER SEM SEGREDO
SEI MAS NÃO POSSO ACEITAR
POIS ASSIM ESTARIA ASSUMINDO
A POSIÇÃO DE ME LUDIBRIAR
EU TE IMAGINO DORMINDO
ESTANDO EM MEU PEITO CAÍDA
GOSTO DE TE VER SORRINDO
E DO JEITO QUE LEVAS A VIDA
POR UMA BRECHA EM TEU CORAÇÃO
MOSTRARIA TUDO O QUE SINTO
ANTES QUE DISSESTES NÃO
MESMO SE ACHAS QUE MINTO
EU NÃO DISTINGÜO O NÃO DO SIM
TENHO APENAS VONTADE E MEDO
SEM COMEÇO, SEM MEIO, SEM FIM
DE ALGUÉM QUE TE QUER SEM SEGREDO
domingo, 28 de junho de 2009
JIBÓIA É PLANTA CASEIRA MAS NO MATO ELA SE DESCOBRE NATURAL E LIVRE
ESCRITAS SOB LUZ OU NÃO
PALAVRAS PERDIDAS DESCONEXAS
NA ESTRADA ONDE COMO O AR
COMO AR
E SUAS PARTÍCULAS
OS SOLTOS SOMOS NÓS
OS QUE DESCOBRIRAM E DECIDIRAM
QUE EM NÓS OS NÓS SÃO APERTADOS
COMO NÓS
MENOS NÓS NA NOSSA VOZ
SENÃO NEM SEI, FAZ DE NÓS
GATO E SAPATO
POR ISSO SAÍ, NÃO AGUENTEI
NÃO PENSEM QUE CAGO NO PRATO
VITRINE DE SERVIDOS BANQUETES DIÁRIOS
COMO SEMPRE
COMO PENSO
COMO FALO
COMO VOMITO
COMO FOTOGRAFIAS, EU COMO FOTOGRAFIAS...
COMO O VÍCIO SECRETO DE ALGUÉM
COMO SEGREDOS
PALAVRAS PERDIDAS DESCONEXAS
NA ESTRADA ONDE COMO O AR
COMO AR
E SUAS PARTÍCULAS
OS SOLTOS SOMOS NÓS
OS QUE DESCOBRIRAM E DECIDIRAM
QUE EM NÓS OS NÓS SÃO APERTADOS
COMO NÓS
MENOS NÓS NA NOSSA VOZ
SENÃO NEM SEI, FAZ DE NÓS
GATO E SAPATO
POR ISSO SAÍ, NÃO AGUENTEI
NÃO PENSEM QUE CAGO NO PRATO
VITRINE DE SERVIDOS BANQUETES DIÁRIOS
COMO SEMPRE
COMO PENSO
COMO FALO
COMO VOMITO
COMO FOTOGRAFIAS, EU COMO FOTOGRAFIAS...
COMO O VÍCIO SECRETO DE ALGUÉM
COMO SEGREDOS
VIDA-VÍDEO
PAUSE! PAUSE! PAUSE!
POR FAVOR, PAUSE!
POR FAVOR...
REC! REC! REC!
POR FAVOR, REC!
POR FAVOR...
REBOBINA PRA VER
ACELERA SE ENTEDIA
POR FAVOR, PAUSE!
POR FAVOR...
REC! REC! REC!
POR FAVOR, REC!
POR FAVOR...
REBOBINA PRA VER
ACELERA SE ENTEDIA
22
A GENTE É VINTE-E-DOIS
É VINTE-E-DOIS LEGAL
A GENTE É VINTE-E-DOIS
É VINTE-E-DOIS LEGAL
A GENTE VAI EMBORA ÀS VINTE-E-DUAS HORAS
E A GENTE TÁ CHEGANDO ÀS VINTE-E-DUAS HORAS
WE ARE TWENTY-TWO
TWENTY-TWO NICE
WE ARE TWENTY-TWO
TWENTY-TWO NICE
WE ARE LEAVING AT TWENTY-TWO O'CLOCK
AND WE ARE ARRIVING AT TWENTY-TWO O'CLOCK
É VINTE-E-DOIS LEGAL
A GENTE É VINTE-E-DOIS
É VINTE-E-DOIS LEGAL
A GENTE VAI EMBORA ÀS VINTE-E-DUAS HORAS
E A GENTE TÁ CHEGANDO ÀS VINTE-E-DUAS HORAS
WE ARE TWENTY-TWO
TWENTY-TWO NICE
WE ARE TWENTY-TWO
TWENTY-TWO NICE
WE ARE LEAVING AT TWENTY-TWO O'CLOCK
AND WE ARE ARRIVING AT TWENTY-TWO O'CLOCK
sábado, 27 de junho de 2009
Drag the loved one in three days (dowload)
Link para dowload no site Rapid Share do curta-metragem
"Trago a pessoa amada em três dias" com legendas em inglês:
http://rapidshare.com/files/249473953/Drag_the_loved_one_in_three_days.mp4.html
"Drag the loved one in three days" (Rio de Janeiro, 2008)
"Trago a pessoa amada em três dias" com legendas em inglês:
http://rapidshare.com/files/249473953/Drag_the_loved_one_in_three_days.mp4.html
"Drag the loved one in three days" (Rio de Janeiro, 2008)
domingo, 21 de junho de 2009
CACHAÇA
PEÇO PERDÃO POR ESTA COURAÇA
O CINEMA É MINHA CACHAÇA
TRISTE TELA-SUBJETIVIDADE
VAGO EM BUSCA DE CERTA VERDADE
CARA MÁSCARA ELÁSTICA ASSANHADA
VIVES ENFIANDO NAQUELA QUEBRADA
O BONECO DE CARNE QUE TE SUSTENTA
VIVE-MATA OU MORRE E ALIMENTA
E SEGURO-ME PELOS EXTREMOS
NESTE ÔNIBUS CAMBALEANTE
ONDE FALAM TÉDIOS SERENOS
POESIA NÃO SALVA UNIÃO ESTÁVEL
NOTÍCIA DO JORNAL DA ETERNIDADE
DIRETAMENTE PARA A TIA SAUDÁVEL
O CINEMA É MINHA CACHAÇA
TRISTE TELA-SUBJETIVIDADE
VAGO EM BUSCA DE CERTA VERDADE
CARA MÁSCARA ELÁSTICA ASSANHADA
VIVES ENFIANDO NAQUELA QUEBRADA
O BONECO DE CARNE QUE TE SUSTENTA
VIVE-MATA OU MORRE E ALIMENTA
E SEGURO-ME PELOS EXTREMOS
NESTE ÔNIBUS CAMBALEANTE
ONDE FALAM TÉDIOS SERENOS
POESIA NÃO SALVA UNIÃO ESTÁVEL
NOTÍCIA DO JORNAL DA ETERNIDADE
DIRETAMENTE PARA A TIA SAUDÁVEL
PRATOS DE PORCELANA
O MUNDO É UM BERÇO
CHEIO DE INCONSEQÜÊNCIA
QUANDO ACHO QUE O MEREÇO
SEMPRE ENCONTRO RESISTÊNCIA
PAIRO SOBRE A MELANCOLIA
SEMPRE FOI DESSE JEITO
TANGENCIO A ALEGRIA
O AMOR E O RESPEITO
O MUNDO COMPLETO
EM PRATOS DE PORCELANA
DE CIDADES REPLETAS
DE IDÉIAS INSANAS
CHEIO DE INCONSEQÜÊNCIA
QUANDO ACHO QUE O MEREÇO
SEMPRE ENCONTRO RESISTÊNCIA
PAIRO SOBRE A MELANCOLIA
SEMPRE FOI DESSE JEITO
TANGENCIO A ALEGRIA
O AMOR E O RESPEITO
O MUNDO COMPLETO
EM PRATOS DE PORCELANA
DE CIDADES REPLETAS
DE IDÉIAS INSANAS
HOMEM P.F.
A POESIA É UMA HOMENAGEM
À LOUCURA, À VIAGEM
AOS PENSAMENTOS DESCONEXOS
ESPASMOS, REFLEXOS
DE ENTREGA À DERIVA
DELIVERY
DELIVERADAMENTE DELIBERADOS
O POETA É UM ENTREGADOR DE PIZZA
COM O DILEMA DO GINECOLOGISTA:
SENTEM O ATIÇADOR CHEIRINHO
ESTÃO SEMPRE BEM PERTINHO
MAS SEM USUFRUIR
TEXTO É RELATO DO QUE NÃO É TEXTO
PALAVRAS SUSTENTAM A VERSÃO FAKE
ABDICA-SE DO QUE VIROU RESTO
EM PROL DO TEXTO
DA CONSEQÜÊNCIA
SENTIMOS O CHEIRINHO DA VIDA
MAS VIVEMOS A SOMBRA QUE A TINTA FAZ
PASSEAMOS EM PAPÉIS, ONDE FOR
COM A PALAVRA NOS ENVOLVENDO
SE APROPRIANDO
SOBRE NÓS
SOBRE TUDO
E VIRAMOS A ROUPA VESTIDA
SERÁ QUE É O CORRETO A SER FEITO?
NÃO HÁ NADA A SER FEITO
ESTÁ FEITO
PERFEITO
CONCEITO
DO HOMEM PRATO-FEITO
À LOUCURA, À VIAGEM
AOS PENSAMENTOS DESCONEXOS
ESPASMOS, REFLEXOS
DE ENTREGA À DERIVA
DELIVERY
DELIVERADAMENTE DELIBERADOS
O POETA É UM ENTREGADOR DE PIZZA
COM O DILEMA DO GINECOLOGISTA:
SENTEM O ATIÇADOR CHEIRINHO
ESTÃO SEMPRE BEM PERTINHO
MAS SEM USUFRUIR
TEXTO É RELATO DO QUE NÃO É TEXTO
PALAVRAS SUSTENTAM A VERSÃO FAKE
ABDICA-SE DO QUE VIROU RESTO
EM PROL DO TEXTO
DA CONSEQÜÊNCIA
SENTIMOS O CHEIRINHO DA VIDA
MAS VIVEMOS A SOMBRA QUE A TINTA FAZ
PASSEAMOS EM PAPÉIS, ONDE FOR
COM A PALAVRA NOS ENVOLVENDO
SE APROPRIANDO
SOBRE NÓS
SOBRE TUDO
E VIRAMOS A ROUPA VESTIDA
SERÁ QUE É O CORRETO A SER FEITO?
NÃO HÁ NADA A SER FEITO
ESTÁ FEITO
PERFEITO
CONCEITO
DO HOMEM PRATO-FEITO
A ESCRITA, PRI E SUA AMIGA
PRI, EX-PRI
EX-PRI, PRI
MENTA
PRI, EX-PRI
EX-PRI MENTA PRI
EXPERIMENTA PRI, EXPERIMENTA!
SOLTAR PALAVRAS AQUI DEBAIXO
DESSA TINTA QUE VICIA E ATORMENTA
ENTÃO VOCÊ SE PERGUNTARÁ:
SERÁ QUE VALE A PENA
FICAR AQUI ESCREVENDO
ENQUANTO A VIDA ACONTECE
DO LADO DE FORA DO PAPEL?
QUE PAPEL ANTI-HIGIÊNICO
LHE COUBE NESSE JOGO
QUE PAPELÃO, PALHAÇO!
QUE PAPELÃO, POETAÇO!
DORMINDO NO CHÃO, QUE PAPELÃO!
DORMINDO NO PAPELÃO, QUE PAPELÃO!
EX-PRI, PRI
MENTA
PRI, EX-PRI
EX-PRI MENTA PRI
EXPERIMENTA PRI, EXPERIMENTA!
SOLTAR PALAVRAS AQUI DEBAIXO
DESSA TINTA QUE VICIA E ATORMENTA
ENTÃO VOCÊ SE PERGUNTARÁ:
SERÁ QUE VALE A PENA
FICAR AQUI ESCREVENDO
ENQUANTO A VIDA ACONTECE
DO LADO DE FORA DO PAPEL?
QUE PAPEL ANTI-HIGIÊNICO
LHE COUBE NESSE JOGO
QUE PAPELÃO, PALHAÇO!
QUE PAPELÃO, POETAÇO!
DORMINDO NO CHÃO, QUE PAPELÃO!
DORMINDO NO PAPELÃO, QUE PAPELÃO!
FAROFA
O RESTAURANTE DA ESQUINA
ONDE HÁ UMA TELEVISÃO
SEMPRE LIGADA
NO MESMO CANAL
GARANTINDO A FUNCIONABILIDADE NO LOCAL
DO ELETRODOMÉSTICO ADQUIRIDO
QUE ELETRONICAMENTE DOMESTICA
OS QUE ADQUIREM O IMPOSTO
ONDE HÁ UMA TELEVISÃO
SEMPRE LIGADA
NO MESMO CANAL
GARANTINDO A FUNCIONABILIDADE NO LOCAL
DO ELETRODOMÉSTICO ADQUIRIDO
QUE ELETRONICAMENTE DOMESTICA
OS QUE ADQUIREM O IMPOSTO
TÍMIDOS
PROCESSO DE SUPERAÇÃO
SOLITÁRIO PROCESSO
SUPERAÇÃO DA TIMIDEZ
ARREPIA A POESIA
TRAGADO O BEN-HUR POETA
TUPINIQUIM
OLHOS DE LINCE
OLHOS DE LINSPECTOR
COMPETE A MIM PENSAMENTOS
E REGISTROS ALEATÓRIOS
COMO OS DO SEU URINAR TÍMIDO
SENTADA NO VASO SANITÁRIO
NO SILÊNCIO
SÓ PORQUE PORVENTURA VOU TE ESCUTAR
TUAS DIFERENTES FACES
JORRANDO O QUE SOBRA DA NOITE
TATEANDO
À PROCURA DE UM CERTO NÓS DE ACASO
SOLITÁRIO PROCESSO
SUPERAÇÃO DA TIMIDEZ
ARREPIA A POESIA
TRAGADO O BEN-HUR POETA
TUPINIQUIM
OLHOS DE LINCE
OLHOS DE LINSPECTOR
COMPETE A MIM PENSAMENTOS
E REGISTROS ALEATÓRIOS
COMO OS DO SEU URINAR TÍMIDO
SENTADA NO VASO SANITÁRIO
NO SILÊNCIO
SÓ PORQUE PORVENTURA VOU TE ESCUTAR
TUAS DIFERENTES FACES
JORRANDO O QUE SOBRA DA NOITE
TATEANDO
À PROCURA DE UM CERTO NÓS DE ACASO
"O Obsessor" (curta-metragem)
"O OBSESSOR"
Direção: Danilo Ignarra
Roteiro: Felipe Cataldo e Leonardo Carvalho
Elenco: Otávio III e Felipe Cataldo
Rio de Janeiro, 2005.
http://www.youtube.com/watch?v=1yQE9Ji2qYQ
Direção: Danilo Ignarra
Roteiro: Felipe Cataldo e Leonardo Carvalho
Elenco: Otávio III e Felipe Cataldo
Rio de Janeiro, 2005.
http://www.youtube.com/watch?v=1yQE9Ji2qYQ
domingo, 7 de junho de 2009
ESPAÇO EU
UM LUGAR ONDE EU ESTOU TODO EXIBIDO
ME VÊEM POR TODOS OS LADOS
NAS PAREDES, NO TETO E NO CAPACHO
ESTOU ATÉ NAS LIXEIRAS DO LOCAL
BUSTOS PERFEITAMENTE MOLDADOS SOBRE ELAS
A MINHA CABEÇA, COM A BOCA ARREGANHADA
UMA LIXEIRA DE PARQUE DE DIVERSÃO
EU SOU O PALHAÇO
ATIRAM LIXO NA MINHA BOCA
E O PIOR É QUE ESSAS CASCAS DE BANANA
SERVEM PARA POESIA
VÁRIOS DE MIM DIFERENTES
CADA LIXEIRA UMA CABEÇA
CADA LIXO UM REMETENTE
ME VÊEM POR TODOS OS LADOS
NAS PAREDES, NO TETO E NO CAPACHO
ESTOU ATÉ NAS LIXEIRAS DO LOCAL
BUSTOS PERFEITAMENTE MOLDADOS SOBRE ELAS
A MINHA CABEÇA, COM A BOCA ARREGANHADA
UMA LIXEIRA DE PARQUE DE DIVERSÃO
EU SOU O PALHAÇO
ATIRAM LIXO NA MINHA BOCA
E O PIOR É QUE ESSAS CASCAS DE BANANA
SERVEM PARA POESIA
VÁRIOS DE MIM DIFERENTES
CADA LIXEIRA UMA CABEÇA
CADA LIXO UM REMETENTE
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